A Notícia destaca pólo de tecnologia de Florianópolis
Um mercado que fatura um R$ 1 bilhão por ano. As empresas de tecnologia da Grande Florianópolis já representam, ao lado do turismo, um dos principais setores do desenvolvimento econômico da região. O núcleo local conta com cerca de 140 empresas, que respondem por 40% do mercado catarinense. Blumenau e Joinville os outros dois principais pólos tecnológicos de Santa Catarina.
Pelo menos 40% do mercado catarinense é produzido por 140 empresas locais |
Para aprimorar a mão-de-obra local, a Acate tem firmado parcerias com instituições como a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que tem campus em São José, e com os centros tecnológicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). “Participamos na concepção de novos cursos, direcionando a oferta para a real demanda do mercado”, explica o presidente da associação.
Outra meta da Acate, segundo Cunha, é colocar os produtos da região no mercado internacional. “A internacionalização ajuda a ganhar mercado interno também. Os nossos concorrentes aqui são os produtos de fora, com os quais temos que nos igualar”, afirma. Ele acrescenta que na Grande Florianópolis, algumas empresas mais experientes estão conseguindo entrar no mercado nacional e também no exterior, principalmente em outros países da América Latina.
Entre as empresas locais que já conquistaram espaço no mercado nacional está a Softplan/Poligraph, fundada em Florianópolis há 16 anos. A empresa instalada no Parque Tecnológico, no bairro João Paulo, é responsável pela tecnologia utilizada no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), um dos pioneiros no País na virtualização dos processos.
O Sistema de Automação da Justiça (SAJ), desenvolvido pela empresa, é utilizado hoje por sete tribunais de justiça estaduais e suas respectivas comarcas. A Softplan/Poligraph também desenvolve sistemas informatizados para mercados como indústria da construção, setor de transportes e administração pública.
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Apoio
A Incubadora MIDI Tecnológico coloca à disposição das incubadas instalações físicas, ambiente instrucional e de suporte técnico e gerencial. São oferecidos recursos em infra-estrutura e serviços como:
• Avaliação por consultores do desempenho do empreendimento com base em indicadores de gestão e da qualidade.
• Consultorias para treinamentos, marcas e patentes, gestão empresarial, administração financeira e contábil, marketing, entre outras.
• Incentivos e apoios para a participação das empresas em feiras, mostras institucionais e encontros de negócios.
• Subsídio de até 50% sobre o valor das áreas ocupadas pelas empresas, chamadas de módulos, que variam de 22 a 55 metros quadrados.
• Convênios de assistência médica, hospitalar e odontológica.
• Infra-estrutura física dos módulos, com kit básico de mobiliário (mesas, cadeiras, armários, arquivos, biombos, ar condicionado e telefone), rede elétrica, telefônica e de comunicação de dados/Internet, além de auditório e salas de reuniões, com recursos audiovisuais.
• Secretaria de apoio, com fotocopiadoras, fax, encadernadoras, plastificadoras de documentos, office-boy e correio.
• Centro de multimídia, com impressoras laser color e monocromática, plotter, projetores multimídia (datashow), scanner e gravador de CD-Rom.
A Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) completou no ano passado duas décadas de atuação. Em Florianópolis, cerca de 90%filiadas à entidade. Desde 1998, a instituição é responsável também pela administração da incubadora de empresas MIDI Tecnológico, mantida pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae) no bairro Trindade.
Sem fins lucrativos, a Acate reúne empreendimentos especializados no desenvolvimento e comercialização de hardware, software e serviços em segmentos como automação comercial e industrial, telecomunicações, eletrônica, mecânica, metrologia e meio ambiente e saneamento.
A proposta da entidade é funcionar como uma interlocutora das empre-sas do setor junto aos poderes públicos municipais, estadual e federal.
O presidente da associação, Alexandre d´Avila da Cunha, considera que hoje o setor conta com o reconhecimento da sociedade. “Foi superada a visão de que a Grande Florianópolis deve investir só no turismo. A nossa indústria tecnológica é muito forte e não apresenta os problemas comuns ao turismo, como a sazonalidade e a informalidade”, defende.
O programa Juro Zero, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), é apontado como um dos principais incentivos para o setor. Em execução desde o ano passado no Estado, o programa garantiu R$ 10 milhões em financiamentos para empresas inovadoras.
O presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), Alexandre d´Avila da Cunha, diz que dos 16 projetos aprovados nesta primeira etapa, 11 são de Florianópolis. Outros projetos catarinenses estão sendo avaliados para a liberação de mais de mais R$ 10 milhões. Serão selecionadas propostas para segmentos como software, semicondutores, biotecnologia e nanotecnologia.
O programa é executado em cinco estados brasileiros, concedendo financiamentos reembolsáveis de R$ 100 mil a R$ 900 mil para empresas que possuam projetos inovadores. Em Santa Catarina, onde o projeto é desenvolvido com apoio da SC Parcerias, o valor médio de empréstimos é de R$ 600 mil.
“Os números do programa no Estado mostram o potencial das empresas catarinenses, já que inovação é e será um dos grandes fatores para a manutenção da competitividade das nossas organizações”, declara Cunha.
Uma escola para empresas que pretendem ingressar no setor. A incubadora MIDI Tecnológico prepara os profissionais para ingressarem no mercado com projetos sustentáveis. O condomínio com instalações na Trindade abriga sempre 14 empresas.
Cada incubada pode permanecer no projeto por, no máximo, quatro anos. Hoje duas vagas estão abertas. Novas inscrições podem ser realizadas até o próximo dia 13 de julho. O edital de seleção pode ser conferido no site www.miditecnologico.com.br.
A coordenadora geral da incubadora MIDI Tecnológico, Jamile Sabatini Marques, afirma que as interessadas devem apresentar um projeto que seja sustentável. “Nunca ocorreu de uma empresa morrer dentro da incubadora”, explica, lembrando que a instituição oferecerá a orientação e o suporte necessários para o sucesso do negócio. Entre as consultorias previstas na incubação, estão assistência na área de marketing, administração financeira e contábil, marcas e patentes e treinamentos.
As duas mais recentes incubadas foram a MCA Sistemas e Extersoft Tecnologia, que apresentaram como projetos um sistema para supervisão e aquisição de dados na indústria e um software de gestão para programas e projetos sociais. “Procuramos a incubadora por percebermos nela um ambiente propício para o crescimento, e por dispor de uma estrutura organizada que facilita o acesso a linhas de financiamento e auxilia no desenvolvimento das competências empresariais necessárias para o sucesso do empreendimento”, declara o diretor executivo da Extersoft, Flávio Exterkoetter.
Douglas Pesavento, representante da MCA Sistemas, destaca como uma das principais vantagens da incubação o ambiente colaborativo entre as empresas de base tecnológica. Muitas delas delas estão no mesmo estágio de desenvolvimento da empresa dele.