Crise compromete avanço da inovação nas economias
A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (23/04), mostra que os EUA, antes na 3ª colocação na lista dos mais inovadores, caíram para a 4ª em 2008. O Reino Unido também perdeu, passando da 18ª à 19ª.
Para chegar ao ranking, os analistas da "Economist" criaram um índice que vai de zero a dez e avalia não apenas os resultados práticos da inovação (registro de patentes e exportação de tecnologia, por exemplo), como o ambiente de investimento público e privado necessário para estimular a produção de conhecimento. Segundo a lista, o Japão é o campeão em inovação, com nota dez. A Líbia, último entre os 82 países avaliados, teve nota zero.
Os americanos estão preocupados com seu desempenho. Dados do U.S. National Science Board revelam que os investimentos em ciência e tecnologia sofreram redução com a crise, e o volume de exportação de tecnologia já teve queda. O apoio financeiro público à pesquisa nas universidades sofreu cortes pela primeira vez em 25 anos. Resultado: o próprio governo teme redução nas competitividade do país no mercado internacional e a diminuição de mão de obra qualificada.
Na contramão desse movimento, China e Índia registraram os maiores crescimentos. Os chineses ganharam cinco posições entre 2006 e 2008, enquanto os indianos subiram duas. Na China, os investimentos em ciência e tecnologia já representam 1,4% do PIB.
Até 2010, esse índice chegará a 2% do PIB -próximo ao dos países que ocupam o topo da lista dos mais inovadores. A China segue o exemplo da Coreia do Sul, que adotou uma política de reforçar os gastos com educação, pesquisa e desenvolvimento, além de fomentar a parceria entre universidades e empresas na obtenção de tecnologias que possam agregar valor aos produtos de exportação do país.
Emergentes
Na lista, o Brasil caiu da 49ª colocação para a 48ª posição. O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) informa que esses números ainda não refletem as mudanças implementadas para estimular a inovação no País.
O MCT está reformulando a Lei do Bem, criada há quatro anos para facilitar ainda mais o acesso das empresas que podem obter incentivos fiscais, se investirem em pesquisa.
Segundo o Instituto Inovação, uma consultoria privada, as companhias brasileiras inovadoras já vendem produtos de valor agregado que custam, em média, 30% mais que os artigos de seus concorrentes que não inovam. Elas também exportam 16% mais e pagam 23% mais aos seus funcionários.