Contratações em tecnologia no Brasil despencam, diz Ministério
O setor que está cortando mais, de acordo com as informações do ministério, é o de serviços.
O setor que está cortando mais, de acordo com as informações do ministério, é o de serviços. Ao todo, o segmento tem um saldo negativo de 8.485 vagas no último trimestre de 2008 (resultado obtido através da subtração das contratações pelas demissões no período).
O mês de outubro registrou saldo negativo de 10.385 vagas. Nem a recuperação em novembro, com saldo positivo de 1781, e em dezembro, 145, foram suficientes para mudar o panorama. Apesar disso, o bom desempenho no início de 2008 culminou em um resultado positivo: 12.782 vagas.
O segmento de fabricação de equipamentos de informática teve seu pior resultado no ano no último trimestre. O saldo negativo foi de 4.560 vagas no período. A queda foi abrupta, já que em todos os meses anteriores apresentaram saldo positivo. No ano, o saldo final foi positivo em 265 vagas.
Outro subsetor de TI, o de telecomunicações, viu também uma forte alta nos cortes. Se nos primeiros seis meses do ano o saldo médio era de cerca de 900 vagas por mês, esse número caiu para 154 vagas em dezembro de 2008.
No entanto, este foi o único segmento em que as demissões não foram superiores as contratações no último trimestre. Ainda assim, o saldo foi positivo em 2.761 vagas.
Vale lembrar que os dados do ministério só abrangem os empregos CLT, com carteira assinada. Não foram analisadas as contratações de pessoa jurídica ou por cooperativas, só para citar alguns exemplos.
Momento de retenção
De acordo com Rodolfo Ohl, analista da consultoria de carreira Monster Brasil, é natural que o mercado se retraia e que as empresas tenham mais cautela nesse momento de crise. Ele destaca que o mercado experimentou uma expansão muito veloz e agora está se reajustando à crise mundial.
O especialista ressalta, contudo, que cada um dos subsetores de TI vai reagir de maneira diferente. Para ele, o mercado de serviços segue quente. “Houve crescimento econômico mesmo com a crise. Prova disso são as contratações e expansão de alguns negócios”, diz.
Com a área de fabricação de equipamentos, no entanto, o problema é mais grave. “A dobradinha crise de crédito e insegurança dos consumidores é implacável”, acredita. Ele vê um processo de retomada mais lento, mas faz uma ressalva: “Caso aja a manutenção de previsões de crescimento da indústria no Brasil, o setor não chegará à recessão”.