Lages investe para ser novo polo tecnológico de Santa Catarina
Na pauta, projetos como a criação de um parque tecnológico em Lages, formação de mão-de-obra qualificada para o setor, apoio às empresas para internacionalização e um convênio da incubadora MIDI Lages com a ACATE. Esta parceria entre as duas entidades irá permitir que as empresas incubadas e da região tenham acesso aos benefícios, programas e convênios da Associação, que atua em todas as regiões do Estado e possui atualmente mais de 230 associadas.
Dez empresas da região já se associaram a ACATE. A estimativa é que atualmente 20 empresas atuem no segmento de tecnologia de Lages. Uma lei municipal de incentivo à inovação tecnológica está sendo construída pela rede de instituições envolvidas com o setor. O secretário de Desenvolvimento de Lages, Dilmar Monarim, assumiu compromisso com o setor. "Tecnologia é o futuro já presente do município de Lages. Estamos empenhados em contribuir ativamente para este projeto", afirmou Monarim, durante o evento.
"A ACATE tem entre suas metas colocar Santa Catarina no mapa tecnológico do país, com o objetivo de trazer investimentos e divulgar nosso segmento para o Brasil e mundo. Identificamos que Lages inicia um processo para se estabalecer no mapa tecnológico de Santa Catarina – e a ACATE quer ser esta propulsora", afirmou o presidente da entidade, Rui Luiz Gonçalves. A existência de centros de ensino de excelência na região, como SENAI, SENAC e a Uniplac é apontado por Gonçalves como um dos caminhos que irão ajudar Lages a se posicionar como polo de tecnologia. "A formação em número e qualidade de profissionais que atendam os requisitos do setor é o nosso grande gargalo atual – em Santa Catarina e no Brasil", explicou.
O reitor da Uniplac e presidente do Conselho da incubadora MIDI Lages, professor Gilberto Borges de Sá, aposta também na formação de mão-de-obra como fator essencial para o desenvolvimento do polo lageano. "Nossa universidade está comprometida com este projeto desde 1998, quando criou de forma pioneira na região a graduação em Sistemas da Informação. Os centros de ensino formam a matéria-prima fundamental para o desenvolvimento da tecnologia lageana. Se não houver a inteligência, sofreremos um apagão tecnológico", argumentou o reitor.
O gerente da incubadora MIDI Lages, Carlos Eduardo de Liz, defende o setor de tecnologia como alternativa econômica para Lages. "A madeira tem sustentado a economia da nossa região por décadas e a tecnologia surge como uma nova esperança de emprego e renda. Quando falávamos no assunto em 1997, nos chamavam de sonhadores – e hoje sentimos que o setor já é realidade", comemora o gerente. Um dos indicadores positivos que Carlos Eduardo aponta é o fato de as empresas da incubadora já terem encaminhado 5 pedidos de patentes de tecnologias inovadoras.
O crescimento do segmento passa também pela criação de um parque tecnológico, chamado de Orion e que já tem área para ser construído: um terreno da Embrapa que será adquirido pela Prefeitura Municipal. A iniciativa está em fase de projeto e a expectativa é que nos próximos anos estejam em funcionamento, para incentivar a criação de novas empresas.