MCT lança programa Hardware BR em SC
Ministério da Ciência e Tecnologia lançou em Florianópolis primeiro projeto do Programa Prioritário HardwareBR, que estimula setor de eletroeletrônico no Brasil. Laboratório-fábrica de placas eletrônicas prevê investimentos da ordem de R$ 15,6 milhões e será referência nacional na produção em pequenas séries.
Ministério da Ciência e Tecnologia lançou em Florianópolis primeiro projeto do Programa Prioritário HardwareBR, que estimula setor de eletroeletrônico no Brasil. Laboratório-fábrica de placas eletrônicas prevê investimentos da ordem de R$ 15,6 milhões e será referência nacional na produção em pequenas séries.
O projeto LABelectron Nucleador, o primeiro do Programa Prioritário HardwareBR, uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), apoiado pelo CATI (Comitê de Avaliação de Tecnologia da Informação) foi criado para promover a competência nacional no desenvolvimento e produção da eletrônica de produtos com tecnologias da informação e comunicação. O Secretário de Política de Informática (SEPIN) do MCT, Augusto César Gadelha, estará em Florianópolis para o lançamento do projeto. Para o coordenador da área de informática da ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Anderson Jorge de Souza Filho, o HarwareBR será uma importante ferramenta para estimular a indústria brasileira no desenvolvimento de novos projetos e produtos eletrônicos, além de promover a atualização do setor.
O projeto LABelectron Nucleador permitirá promover um salto tecnológico do Labelectron, um laboratório fábrica de projeto e manufatura de placas eletrônicas em pequenas séries. Lançado em 2002 por iniciativa da Fundação CERTI, em parceria com as empresas Alcatel e Megaflexsul, com apoio do Governo Federal e estadual, o LABelectron atendeu neste sete anos cerca de 50 empresas e atingiu a marca de 225 milhões de componentes montados em 907 mil placas eletrônicas. O conceito de laboratório-fábrica adotado é uma inovação no Brasil. Ele permite que a infra-estrutura utilizada em atividades de P&D seja compartilhada para atendimento a demandas das empresas na manufatura de placas eletrônicas, com destaque para a prototipagem, pré-séries e pequenas séries. O grande diferencial preconizado pelo LABelectron é a possibilidade de produção competitiva em pequenas séries, com flexibilidade e customização, atendendo as necessidades das pequenas e médias empresas que não têm demanda para produção em larga escala. “Hoje, a tendência que se observa é a crescente diversificação e customização de produtos, o que exige uma produção em menores volumes, associada a uma maior flexibilidade e agilidade, demandando sistemas produtivos competitivos em pequenas séries”, explica o Superintendente de Operação da CERTI, Günther Pfeiffer.
Hoje a Ásia, maior produtora mundial de eletrônica, é a principal fornecedora do Brasil. Mas Pfeiffer acredita que o país tem oportunidades em nichos específicos, como o naval, o aeroespacial, a instrumentação, além da demanda de suporte às pequenas e médias empresas nos desafios de inserirem eletrônica ou acompanharem o desenvolvimento tecnológico para manterem seus produtos no mercado. “O Programa HardwareBR veio para estimular que algumas competências na área eletrônica sejam desenvolvidas e mantidas no Brasil”, diz. Para as pequenas e médias empresas, a importação de componentes eletrônicos às vezes torna-se um problema, pois além das questões tributárias e de logística, a compra muitas vezes precisa ser feita em grandes lotes e a armazenagem por longo tempo pode trazer perdas como a degradação de alguns componentes. Uma alternativa apontada pelo LABelectron é, por exemplo, a compra consorciada. Para desenvolver soluções para estes desafios, o LABelectron mantém relação estreita com instituições de P&D, através do Consórcio Tecnológico formado pela Fundação CERTI, CELTA, UNISUL, SENAI/CTAI, ACATE, CEFET/SC e UFSC, em nível local, e com CENPRA, a Universidade Técnica de Dresden e a Universidade Técnica de Ilmenau, as duas últimas da Alemanha.
Expansão
O LABelectron Nucleador viabilizará um marco expressivo de expansão do LABelectron. “O projeto tem o objetivo de implementar na região Sul do Brasil um empreendimento modelo para contribuir no desenvolvimento da eletrônica e da microeletrônica brasileira, com potencial para multiplicação do modelo em outras regiões do país, por isso escolhemos o termo nucleador”, afirma o Superintendente de Operação da CERTI, Günther Pfeiffer. O LABelectron Nucleador demandará investimentos da ordem de R$ 15,6 milhões em dois anos e meio. Estes recursos serão captados por meio de aportes de empresas investidoras em P&D via Lei de Informática.
Na opinião do coordenador da ABINEE, o LABelectron Nucleador terá o importante papel de estimular a parceria e aproximação da indústria com instituições de P&D para o desenvolvimento de novos produtos.
Outra meta do LABelectron Nucleador é a estruturação da Escola Avançada em Placas Eletrônicas, uma escola de caráter não acadêmico para a formação e capacitação de profissionais na área eletrônica.
O LABelectron Nucleador apoiará no Brasil a adequação de produtos e processos à Diretiva RoHS, uma lei que está em vigor na Comunidade Européia desde julho do ano passado e que restringe o uso de materiais tóxicos (como chumbo, cádmio, mercúrio) de forma marcante na produção de eletroeletrônicos.