Nacionalização da tecnologia é pauta de debatedor da 68ª Soeaa
De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia e empresário, Rui Gonçalves, um engenheiro formado pode gerar até 15 empregos – envolvendo técnicos, serviços administrativos e auxiliares nas diferentes atividades da Engenharia. Esse, para o empresário, é apenas um dos motivos pelos quais o governo deveria criar políticas de incentivos para que esses profissionais permaneçam no país.
De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia e empresário, Rui Gonçalves, um engenheiro formado pode gerar até 15 empregos – envolvendo técnicos, serviços administrativos e auxiliares nas diferentes atividades da Engenharia. Esse, para o empresário, é apenas um dos motivos pelos quais o governo deveria criar políticas de incentivos para que esses profissionais permaneçam no país.
“Os outros países estão precisando de mão de obra, puxando os profissionais brasileiros e, além disso, empresas de consultoria estrangeiras estão se instalando no Brasil e contratando nossos formandos. Não estamos estimulando o empreendedorismo, mas sim formando gente pra trabalhar pros outros”, argumenta Gonçalves. Ele teme que essas empresas contratem o brasileiro por ser mais barato do que profissionais dos países desenvolvidos para, depois, com o trabalho do profissional brasileiro, vender os produtos de marca importada, com preço de importado. “Precisamos criar marcas, produtos, empresas nacionais, empresas transnacionais brasileiras. A possibilidade que temos de inovação, de melhorar o mundo, de começar negócios novos é total. O Brasil não pode ficar de fora dessa corrida”, defende.
Segundo ele, a velocidade com que a tecnologia avança é tão rápida que tudo o que hoje é considerado de alta tecnologia em dez anos já será sucata. “Temos que ser protagonistas nessa história. Precisamos de mais engenheiros, técnicos e trabalhadores para vender tecnologia criada por nós”. Ele acredita que um meio de atingir esse objetivo é com a criação de incentivos fiscais, sociais, etc. “Por que não um ‘Minha casa minha vida’ para engenheiros, com finalidade de manter essas pessoas no Brasil?”, questionou.
Nacionalização da tecnologia brasileira é, portanto, a prioridade de Rui Gonçalves no debate do qual vai participar durante a 68ª Soeaa – Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia. O empresário participará do painel “Estruturação do setor governamental em Ciência, Tecnologia e Inovação”. “A minha expectativa em relação à Soeaa é que consigamos fazer uma catequização de pagãos, que são os políticos e as universidades”, comenta, ao argumentar que, na visão dele, as universidades brasileiras “sonham” em ter em seus parques tecnológicos uma sede da IBM, Dell, HP, etc. “Por que não sonham com nossas empresas, usando o poder do Estado para fomentar essa indústria nacional? Por que não sair do Brasil o próximo Facebook, o próximo Google? O governo tem que acreditar que temos capacidade”, conclui.
Rui Gonçalves tem uma empresa que desenvolve softwares para projetos de Engenharia Civil. Para ele, a inovação deveria estar no centro de todas as discussões sobre crescimento do país. “A inovação é um processo que depende única e exclusivamente de pessoas, no caso engenheiros. Formamos pouco e ainda há falta de incentivo. Eles não estão sendo motivados a ficarem no país”, argumenta.