Opinião ACATE: Sinapses para inovar
O ecossistema de tecnologia de Santa Catarina tem uma cultura muito forte de ajudar quem está começando: seja por meio de mentorias, investimentos, capacitações ou mesmo pelos inúmeros eventos que são promovidos em nosso polo e garantem o networking. Isso faz toda a diferença no fomento ao empreendedorismo inovador, uma vez que auxilia uma ideia inovadora a virar negócio.
O ecossistema de tecnologia de Santa Catarina tem uma cultura muito forte de ajudar quem está começando: seja por meio de mentorias, investimentos, capacitações ou mesmo pelos inúmeros eventos que são promovidos em nosso polo e garantem o networking. Isso faz toda a diferença no fomento ao empreendedorismo inovador, uma vez que auxilia uma ideia inovadora a virar negócio.
O Sinapse da Inovação é um desses programas que surgiu em nosso Estado. Foi idealizado pela Fundação Certi em 2008 e já realizou seis edições por aqui, promovidas pelo governo estadual por meio da Fapesc e do Sebrae/SC. Com sucesso comprovado, está se expandindo pelo Brasil e já teve turmas no Amazonas — com 1,2 mil ideias submetidas e 28 startups apoiadas — e Espírito Santo — também com 1,2 mil projetos enviados, em processo de seleção. Seu objetivo é justamente transformar e aplicar boas ideias de estudantes, pesquisadores, professores e profissionais dos mais diversos setores em empreendimentos de sucesso.
Ou seja, um TCC, uma pesquisa acadêmica, uma experiência de trabalho no exterior, tudo isso pode virar um negócio, gerando renda e empregos. Para isso, os projetos aprovados recebem orientações para abertura da empresa, suporte para aperfeiçoamento do produto e contato, além de auxílio para o contato com o primeiro cliente e com investidores.
O impacto do programa para o ecossistema de inovação catarinense é gigante. Das 385 empresas geradas com o apoio do Sinapse, 83% continuam ativas. São 765 soluções novas no mercado, vendidas em 36 países. E o melhor de tudo? Geraram diretamente 1,5 mil empregos. Quem ainda tem dúvida de que investir no setor de tecnologia é apostar no futuro?
Outro grande ponto positivo é a descentralização dos investimentos em tecnologia no Estado. Na última edição do projeto, mais de 100 municípios catarinenses aplicaram projetos e 30 foram contemplados. Isso faz com que esta seja uma política pública efetivamente inclusiva e não baseada somente nos grandes centros.
Eu acredito que o apoio do governo, de empresários experientes e mesmo entre quem está começando é fundamental na construção de um setor sólido e admirado. A ajuda não precisa ser em recurso financeiro, muitas vezes basta doar um pouco do seu tempo e contar como você trilhou o caminho que começou agora a ser percorrido por outro empreendedor. Ajudar quem está começando fortalece o ecossistema em que você está inserido, e isso é benéfico para todos.
*Artigo publicado originalmente no Diário Catarinense em 09/05/2018.