Revista Empreendedor destaca modelo de incubação virtual do MIDI Tecnológico
A Revista Empreendedor do mês de agostou trouxe uma reportagem sobre incubação virtual que destacou o modelo do MIDI Tecnológico e mostrou a experiência de duas empresas incubadas nessa modalidade – i8 e Sintonia.
Confira a reportagem na íntegra:
Atenção a distância
A Revista Empreendedor do mês de agostou trouxe uma reportagem sobre incubação virtual que destacou o modelo do MIDI Tecnológico e mostrou a experiência de duas empresas incubadas nessa modalidade – i8 e Sintonia.
Confira a reportagem na íntegra:
Atenção a distância
por Diogo Honorato
Incubação virtual é alternativa para empresas que buscam ajuda para crescer
O verbo “incubar”, segundo o Dicionário Houaiss, pode ser definido como “gerar em incubadora, por período determinado e em condições controladas, favoráveis ao desenvolvimento”. Isso no sentido próprio. No sentido figurado (e aplicável ao mundo empresarial), o verbete significa “preparar laboriosa e paulatinamente; planejar, elaborar”. E é essa a conotação relacionada às incubadoras de empresas, embora as duas ações se assemelhem. Mas outra importante diferença entre os dois usos é que, para incubar um negócio, não é necessário estar dentro da incubadora, uma boa ventura para os empreendedores que buscam a ajuda dessas entidades para crescer.
Diferente da já conhecida incubação presencial, as empresas selecionadas na modalidade não-presencial (também chamada de “virtual” ou “a distância”) não ganham isenção total ou parcial no aluguel de salas comerciais. Contudo, as dessemelhanças param por aí. O corpo profissional de apoio atende igualmente incubados das duas modalidades. Por isso, as empresas que superam a grande concorrência e têm seus projetos selecionados dentro da modalidade virtual comemoram com a mesma intensidade. Foi o que fez o empresário Carlos Penteado, sócio da i8 Sistemas, empresa incubada a distância no Midi Tecnológico, de Florianópolis. “O que realmente importa para nós são as consultorias, as oportunidades geradas e as informações relevantes que temos acesso”, esclarece Penteado. “Só de conversar com a consultoria eles já abriram nossa visão para outros mercados potenciais, outras formas de negociar nosso produto”, diz o empresário, que hoje fornece sistemas utilizados nas pesquisas de mercado de empresas como LG, Red Bull e Bunge.
A i8 é uma das quatro empresas incubadas não-presencialmente no Midi Tecnológico. Para a incubadora, assim como muitas outras no País, a incubação a distância tem sido um modo de atender um número maior de empresas, superando as limitações físicas de seus condomínios empresariais. Segundo conta a coordenadora do Midi Tecnológico, Jamile Sabatini Marques, as 15 empresas residentes ocupam todas as salas da incubadora. Porém, através da modalidade virtual, a instituição consegue atender as outras quatro. “Estávamos deixando de apoiar muitos bons projetos”, explica a coordenadora. Por meio da incubação virtual, o Midi pretende atender pelo menos mais seis empresas. Segundo Jamile, o número de empresas incubadas através dessa modalidade só não é maior por conta do número de consultores disponíveis.
Incubar-se virtualmente, além de resolver parte dos problemas de espaço nas incubadoras, também é a modalidade mais adequada para algumas empresas que precisam de local apropriado. Na cidade de Guarulhos (SP), que possui forte presença de indústrias de metal-mecânica, química fina e medicamentos, essa situação é aplicável a muitas das empresas interessadas. Por isso, a incubação não-presencial é a modalidade em que se enquadra quase metade das 44 empresas da Incubadora Guarulhos. “O zoneamento do local onde estamos instalados impossibilita qualquer tipo de atividade industrial. E em algumas situações a empresa até requer áreas muito maiores do que podemos oferecer. Nesses casos, apoiamos o desenvolvimento do projeto e a busca do espaço adequado”, detalha Nilson Cruz Júnior, gestor da incubadora.
Mesmo edital
Cruz Júnior explica que o edital para seleção das empresas a serem incubadas é um só para ambas as modalidades. No entanto, caso a empresa não direcione seu projeto para uma ou outra, os responsáveis pela seleção analisam o capital que a empresa já possui. E caso já tenha condições de se estruturar fora do ambiente da incubadora, os consultores encaminham os selecionados para a incubação não-presencial. O gestor da incubadora ainda acrescenta que em alguns casos, dependendo do negócio que será desenvolvido, a empresa precisa adequar o box que vai usar. “Mas, às vezes, não compensa fazer esse investimento para deixar o espaço 36 meses depois, quando o período de incubação terminar”, conta.
Para empresas já estruturadas e com condições de ter um espaço próprio, a incubação não-presencial também pode ser uma boa opção. Depois de dois anos incubados presencialmente no Midi Tecnológico e com seu negócio já avançado, os sócios da consultoria Sintonia concluíram que já era possível mudar para uma sede própria. Mas como conselho empresarial nunca é demais, não queriam abrir mão da ajuda dos consultores da incubadora. Decidiram, então, optar pela incubação virtual desde o início deste ano. “No estado atual do nosso negócio não poderíamos perder esse suporte. Porém, mesmo a distância, a atenção e os acompanhamentos são os mesmos”, afirma Frederico Biehl, sócio da empresa.
Uma das áreas de atuação da Sintonia é voltada para o meio político, para o qual oferecem um sistema de gestão de gabinetes. Por isso, o microempresário considera de grande valia o apoio jurídico recebido na incubação. “Como trabalhamos com prestação de serviços e locação de software, precisamos de um advogado muito especializado para desenvolver um bom contrato. E os consultores possuem muita experiência em empresas de base tecnológica, como a nossa”, completa. Enquanto algumas empresas passam da incubação presencial para a distância, outras fazem o caminho inverso. A Bookess, que inicialmente não ganhou o direito de usufruir de um escritório do Midi Tecnológico, esperou a abertura de um novo edital e, mais estruturada, foi selecionada para ser residente da incubadora.
Na opinião da coordenadora do Midi Tecnológico, para obter resultados semelhantes aos das empresas incubadas presencialmente, é fundamental que as não-residentes sigam um rígido controle das atividades desenvolvidas, incluindo a participação em cursos e cumprimento de objetivos propostos pelos consultores. Jamile explica que há casos de empresas que desejam aproveitar os benefícios de ser incubadas – como o credenciamento para participar de programas de incentivo ou tratamento diferenciado no uso de bolsas de pesquisa científica – e não se envolvem nos programas destinados ao amadurecimento do negócio. “Ser incubado é como voltar a morar na casa da mãe: depois de aproveitar da autonomia, o empresário precisa se submeter a um controle e dar satisfação do que está fazendo”, brinca a coordenadora, que também se dedica à pesquisa acadêmica sobre diferentes experiências de incubação não-presencial. Sua avaliação é baseada principalmente na experiência no histórico do Midi, que oferecia incubação virtual até 2005, mas deixou de fazê-lo porque, segundo Jamile, faltava uma metodologia de acompanhamento específica e eficiente para essa modalidade. Depois de reavaliar o modo como atuava, este ano o Midi reabriu vagas para a incubação não-presencial. E também reabriu as portas para o crescimento de mais empresas.